Bottom line: A pesquisa mensal de serviços mostrou pouco dinamismo do setor em janeiro, com detalhes mais negativos em categorias importantes. Vai se consolidando um cenário de desaceleração, fortalecendo as dúvidas sobre a atuação do governo em 2025
Dando sequência às notícias negativas observadas ao final do ano passado, a pesquisa mensal de serviços registrou nova contração mensal em janeiro, de -0,2%, resultado consistente com uma expansão interanual de +1,6%. O resultado mensal foi inferior ao esperado (0,0%), ainda que o interanual tenha sido levemente superior (+1,5%). No acumulado em 12 meses, o crescimento desacelerou para +2,9%, dando início ao processo, já mapeado, de redução do ímpeto do setor de serviços no futuro próximo.
Na abertura do indicador (tabela 1), tivemos resultados marginais negativos importantes, destacando “serviços prestados às famílias” e “outros serviços”. Dessa forma, parece seguro dizer que os detalhes foram um pouco piores do que o headline, ainda que longe de serem amplamente frustrantes. Em nível, com ajuste sazonal, o volume mensal de serviços dá sinais cada vez mais claros de estagnação, depois do repique observado no segundo semestre do ano passado (gráfico 1).
Em conclusão, com a informação atual, parece claro que os serviços ultrapassaram o seu pico, devendo entrar em trajetória mais consistente de desaceleração no decorrer de 2025. O desempenho atual está perfeitamente alinhado à nossa expectativas de redução do crescimento do PIB para +1,8% em 2025 e para +1,6% em 2026. O tamanho da desaceleração que será suportada pelo governo segue como a grande dúvida (doméstica) do ano.
Tabela 1: Principais resultados da PMS
Gráfico 1: PMS (dez/22=100, ajustado sazonalmente)