Bottom line: A pesquisa mensal de serviços avançou em junho, acima do esperado pelo mercado, mas notando importante revisão negativa do resultado de maio. Há viés de alta para a nossa projeção de crescimento do PIB em 2024, a ser confirmado em nossas próximas divulgações.
Marcando mais um mês de surpresas positivas, a pesquisa mensal de serviços avançou +1,7% em junho, resultado consistente com uma expansão interanual de +1,3%. Os resultados foram sensivelmente superiores ao esperado pelo mercado (respectivamente, +0,8% e +0,8%), mas, ainda assim, o crescimento acumulado em 12 meses desacelerou para +1,0%.
Nas principais aberturas do indicador (tabela 1), fica claro que a composição foi benigna, com todas as principais aberturas de serviços registrando expansão na margem. O resultado de junho foi inequivocamente robusto, mas é necessário ter em mente que houve importante revisão na série histórica, inclusive com mudanças relevantes no resultado de maio (tabela 2) – que passou de uma estabilidade mensal a uma contração de -0,4%, e, ainda, acabou por mostrar um recuo na métrica interanual no dado revisado. O perfil das revisões ficou concentrado em serviços prestados às famílias e em serviços profissionais, no que, provavelmente, as dificuldades de coleta nos dados devido à tragédia climática gaúcha tiveram papel relevante.
Tendo em mente que os dados ainda podem apresentar alguma “instabilidade” em junho, é forçoso reconhecer que o desempenho dos serviços segue bastante forte (gráfico 1). Sugere-se forte desempenho da demanda, o que coloca pressão na trajetória de desinflação da economia, e ainda há viés de alta para a projeção de crescimento do PIB de +2,0% em 2024.
Tabela 1: Principais resultados da PMS
Tabela 2: Revisões da PMS em maio/24
Gráfico 1: PMS (dez/21=100, ajustado sazonalmente)