Bottom line: A produção industrial recuou -0,5% em abril, resultado levemente inferior ao esperado. Há certo fortalecimento relativo da indústria de transformação, mas, a partir de maio, os eventos climáticos no Rio Grande do Sul tendem a afetar negativamente o seu desempenho.
A produção industrial recuou -0,5% em abril, na série com ajuste sazonal, resultado consistente com uma expansão interanual de +8,4%. Novamente, ambas as leituras frustraram levemente as expectativas (-0,4% e +8,7%, respectivamente). No acumulado em 12 meses, a indústria expande +1,5%, com melhora da base comparativa que acelera o crescimento acumulado.
Dentre as principais aberturas da indústria (tabela 1), tivemos um mês particularmente negativo na indústria extrativa, com forte contração mensal de -3,4%, mais do que revertendo o suspiro observado em março (expansão de +0,4%, revisada de uma divulgação original de +0,2%). O desempenho da transformação foi novamente positivo, com crescimento de +0,3% na margem e melhora na composição – expansão de todas as categorias de uso, à exceção de bens intermediários.
No agregado, a indústria segue oscilando no mesmo patamar há muitos trimestres (gráfico 1), mesmo que ocorra alguma mudança nas suas entranhas (e com certo fortalecimento relativo da transformação). As notícias tendem a ser mais complicadas a partir de maio, refletindo os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul; dada a característica produtiva do estado, espera-se mais efeitos na indústria de transformação, e, em específico, nas cadeias de insumos.
Tabela 1: Principais aberturas da produção industrial (MsM, AsA e acumulado em 12 meses)
Gráfico 1: Produção industrial (dez/2019=100, SA)