10/02/2022
Bottom line: O volume de serviços registrou expansão interanual de +10,4% em dezembro, consistente com crescimento de +1,4% na margem. Em 2021, o volume de serviços expandiu relevantes +10,9%, construídos sobre base comparativa bastante favorável. Ainda há espaço para alguma retomada cíclica adiante, especialmente nos “Serviços prestados às famílias”, mas há tanto questões conjunturais (a onda Ômicron no início do ano) como mais estruturais (as condições de contorno restritivas) que não sugerem espaço relevante para uma retomada econômica em 2022.
O volume de serviços registrou expansão interanual de +10,4% em dezembro, consistente com crescimento de +1,4% na margem. O resultado foi novamente superior ao esperado pelo mercado (+9,1% interanual e +0,6% mensal), confirmando uma maior robustez da economia no decorrer do último trimestre do ano passado. Em 2021, o volume de serviços registrou importante expansão de +10,9% (tabela 1), construída sobre base comparativa favorável – em 2020, o volume de serviços oferecidos na economia contraiu -7,8%.
Mantendo a boa difusão observada em novembro, a imensa maioria dos subsetores de serviços registrou expansão mensal em dezembro (tabela 1) – a única exceção ocorreu em “Serviços de informação e comunicação”, com mínima contração na margem. Destaca-se, em absoluto, a longa trajetória ascendente dos “Serviços prestados às famílias”, com sucessivas expansões mensais em longo processo de retomada cíclica.
Na série ajustada sazonalmente, o nível do volume total de serviços se encontra 6,0p.p. acima do observado ao final de 2019, e aproximadamente 6,5p.p. acima do imediato pré-Covid (fev/20). A heterogeneidade subsetorial continua muito relevante (gráfico 1). Do lado positivo, “Serviços de informação e comunicação”, “Transportes e armazenagem” e “Outros serviços” se encontram acima dos níveis observados ao final de 2019, com evidente derivada positiva na margem. Do lado negativo, “Serviços profissionais” se encontram 2,0p.p. abaixo do observado ao final de 2019, com sinais recentes de redução de ímpeto, e “Serviços prestados às famílias”, a despeito de relevante melhora nos últimos meses, ainda se encontram 10,9 p.p. abaixo do nível registrado ao final do ano anterior à eclosão da pandemia.
Em conclusão, os dados de alta frequência de dezembro trouxeram, no geral, surpresas positivas frente às expectativas, fortalecendo o tom um pouco mais otimista que já havia sido observado em novembro. É necessário, no entanto, ter perspectiva (gráfico 2): com exceção dos serviços, os indicadores de varejo e indústria encontram-se no mesmo nível ou abaixo do observado ao final de 2019. Ainda há espaço para alguma retomada cíclica adiante, especialmente nos “Serviços prestados às famílias”, mas há tanto questões conjunturais (a onda Ômicron no início do ano) como mais estruturais (as condições de contorno restritivas para toda a economia) que não sugerem espaço relevante para uma retomada econômica em 2022. Reafirmamos nosso call de crescimento do PIB de +4,5% em 2021 e de +0,5% em 2022.
Tabela 1: Principais resultados da PMS
Pesquisa Mensal de Serviços | ||||||
dez-21 | nov-21 | |||||
MsM | AsA | ac. 12m | MsM | AsA | ac. 12m | |
Total | 1.4% | 10.5% | 10.9% | 2.7% | 10.2% | 9.5% |
1. Serviços prestados às famílias | 0.9% | 21.6% | 18.2% | 2.7% | 20.7% | 11.9% |
2. Serviços de informação e comunicação | -0.2% | 9.9% | 9.4% | 4.7% | 11.2% | 8.6% |
3. Serviços profissionais, administrativos e complementares | 2.6% | 7.6% | 7.3% | 1.3% | 5.2% | 5.7% |
4. Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio | 1.8% | 14.9% | 15.1% | 2.1% | 13.7% | 13.5% |
5. Outros serviços | 1.4% | -4.4% | 5.0% | 4.2% | -3.0% | 6.4% |
Fonte: IBGE | ||||||
Elaboração: BRCG |
Gráfico 1: PMS e subsetores selecionados (dez/19=100, série ajustada sazonalmente)

Gráfico 2: Indicadores de atividade em alta frequência (dez/19=100, séries ajustadas sazonalmente)
