Bottom line: A pesquisa mensal de serviços surpreendeu negativamente em novembro, confirmando uma bateria negativa de dados de atividade no mês. A observar se isso vai marcar o início de um declínio da atividade, ou se foi somente um “buraco na estrada”
Encerrando uma bateria de dados mais fraca do que o esperado pelo mercado, a pesquisa mensal de serviços mostrou contração marginal de -0,9% em novembro, na série ajustada sazonalmente, desempenho consistente com uma expansão interanual de +2,9%. Os resultados frustraram os analistas (com projeções de, respectivamente, -0,5% e +3,3%), mas, ainda assim, o crescimento acumulado em 12 meses avançou para +2,9%.
Na abertura do indicador (tabela 1), tivemos notícias positivas nos serviços prestados às famílias e em “outros serviços”, contrapostas por uma contração importante em transportes (nesse caso, depois de anormal crescimento em outubro). Nos detalhes, a PMS segue bastante volátil, e é razoável admitir que a sua composição foi um pouco melhor do que o sugerido pelo headline. De toda forma, resulta evidente que, na margem, houve alguma redução do vigor (gráfico 1). Está em aberto, no entanto, se isso foi uma questão pontual, ou se configura o início de uma acomodação no setor de serviços.
Em conclusão, a bateria de dados de atividade em alta frequência foi mais fraca em novembro, com sinais disseminados de redução do ímpeto da economia (gráfico 2). Em termos objetivos, os resultados não mudam as projeções de crescimento do PIB em 2024 (em torno de 3,5%). Mas, se configurada uma tendência declinante, teremos que rever, para baixo, ao menos o desempenho da componente cíclica do PIB em 2025. A observar se novembro foi um “buraco na estrada”, ou se marca o início da virada.
Tabela 1: Principais resultados da PMS
Gráfico 1: PMS (dez/22=100, ajustado sazonalmente)
Gráfico 2: Indicadores de atividade em alta frequência (dez/22=100, ajustado sazonalmente)