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Produção industrial (jul/24): Frustração no headline, com detalhes mais positivos

Bottom line: A produção industrial recuou -1,4% em julho, resultado mais fraco que o esperado, mas ainda assim acelerando o crescimento acumulado nos últimos 12 meses. As aberturas do indicador foram melhores que o headline; seguimos projetando crescimento do PIB de +2,6% em 2024.

A produção industrial recuou -1,4% em julho, na série com ajuste sazonal, resultado consistente com uma expansão interanual de +6,1%. Os resultados foram levemente inferiores ao esperado pelo mercado (respectivamente -1,0% e +6,7%), mas, ainda assim, o crescimento acumulado em 12 meses avançou para +2,2%.

Devolvendo o forte resultado de junho, tivemos uma contração mensal importante tanto na transformação como na extrativa (tabela 1). Se olharmos as categorias de uso, no entanto, a situação fica bem menos lúgubre; na margem tivemos contração tanto na produção de bens intermediários como de bens de consumo não-duráveis e semiduráveis, mas foi robusto o desempenho da produção de bens de capital e bens de consumo duráveis. Importante perceber, também, que houve nova revisão da série histórica, resultando, em junho, em um crescimento marginal maior do que o anteriormente publicado (tabela 2).

Em conclusão, mesmo que a indústria tenha contraído na margem, é seguro dizer que seu desempenho está melhor do que o observado há alguns meses (gráfico 1). A retomada foi inicialmente puxada pela extrativa, mas, no passado recente, o desempenho da transformação tem sido melhor. Uma expansão da capacidade interna de oferta seria bem-vinda em momento de forte expansão da demanda doméstica (pública e privada), ajudando a aplacar pressões inflacionárias. Seguimos com nossa projeção (revisada ontem, depois do resultado do 2º trimestre) de crescimento do PIB de +2,6% em 2024.

Tabela 1: Principais aberturas da produção industrial (MsM, AsA e acumulado em 12 meses)

Tabela 2: Revisão da série histórica (jun/24, métricas diversas)

Gráfico 1: Produção industrial (principais aberturas, dez/2022=100, SA)