Vendas no varejo (ago/24): Sinais de moderação

Bottom line: As vendas no varejo contraíram em agosto, com frustração no varejo ampliado. Começam a emergir sinais, que ainda precisam ser confirmados, de moderação no ímpeto de crescimento econômico.

As vendas no varejo tiveram resultados mistos em agosto, com surpresa positiva no varejo restrito e alguma frustração no varejo ampliado, mas, em ambos os casos, registrando contração marginal. As vendas seguem elevadas, mas começam a emergir alguns sinais de moderação. Nada que mude a necessidade de maior restrição monetária por parte do Banco Central, mas, ao menos no curto prazo, a pressão sugerida pelas vendas no varejo parece ser menor.

O varejo restrito contraiu -0,3% na margem, sendo consistente com uma expansão interanual de +5,1%. Os resultados foram melhores do que o esperado pelo mercado (respectivamente, -0,6% e +4,2%), ampliando o crescimento acumulado em 12 meses para +4,0%. Já o varejo ampliado registrou contração marginal mais intensa, de -0,8%, consistente com um crescimento interanual de +3,1%. Ambas as leituras foram inferiores ao esperado (respectivamente, +0,3% e +4,4%), levando o crescimento acumulado em 12 meses a oscilar para +3,7% (tabela 1).

Nas aberturas do varejo ampliado, fica evidente a maior moderação na margem, com a imensa parte das aberturas registrando contração marginal. Esse tom mais suave (tipificar como negativo soa exagerado, ao menos por enquanto) fica evidente nos indicadores em nível, com ajuste sazonal (gráfico 1): já é seguro dizer que o processo de elevação contínua das vendas, outrora observado, estancou.

Em conclusão, começam a emergir sinais de uma atividade menos vigorosa no 3º trimestre de 2024, ainda a serem confirmados nos indicadores de serviços de agosto e na bateria de dados em alta frequência de setembro. Mais informações são necessárias para uma eventual reavaliação do cenário.

Tabela 1: Pesquisa mensal do comércio (principais aberturas, MsM, AsA e acumulado em 12 meses)