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Índice de atividade econômica – IBC-BR (mar/23): Cenário mais forte para a atividade

19/05/2022

Bottom line:  O IBC-Br de março confirma um cenário de atividade mais forte no início de 2023. Revisamos a nossa projeção de crescimento interanual do 1o trimestre para +2,8% e, agora, esperamos que o PIB cresça +1,0% em 2023.

 
O IBC-Br de março registrou contração mensal de -0,2%, consistente com crescimento interanual de +5,5%. Ambos os resultados foram superiores ao esperado pelo mercado (respectivamente -0,3% e +3,7%), levando o resultado acumulado em 12 meses a crescer para +3,3% (tabela 1). Ainda que não se tenha a abertura fina do indicador, é senso comum que o forte desempenho da agropecuária no 2023.T1 está na raiz das surpresas positivas que têm sido observadas, inclusive com efeitos indiretos perceptíveis na pesquisa mensal de serviços (em transportes) e nas vendas no varejo (especialmente no segmento automotivo).
Em perspectiva mais longa, no entanto, é necessário ter em mente que o desempenho da economia brasileira segue claudicante. A série em nível do IBC-Br, ajustado sazonalmente, mostra que a atividade está pouco menos de 6p.p. acima do patamar observado ao final de 2019 (gráfico 1), mesmo computando a aceleração recente. Ainda há um longo caminho até se configurar uma retomada robusta e sustentável da economia brasileira. 
Como nota final, o desempenho trimestral do IBC-Br fornece uma proxy, altamente imprecisa, para o desempenho do PIB ao final de cada trimestre. Um “de-para” simples sugere crescimento interanual do PIB da ordem de 4,0% no início de 2023 (gráfico 2), o que nos parece excessivo. Nossos modelos, revistos após a bateria de dados recentes, indicam expansão interanual do PIB de +2,8% no 2023.T1. Confirmou-se, também, o viés de alta para a nossa projeção de crescimento do PIB em 2023, que agora se encontra em +1,0% (anterior: +0,6%). O resultado do PIB do 2023.T1 será conhecido em um par de semanas.
Tabela 1: IBC-Br (tabela resumo)
Gráfico 1: IBC-Br (nível, ajustado sazonalmente, dez/19=100)
Gráfico 2: IBC-Br vs. PIB (trimestre, interanual)