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Pesquisa mensal de serviços (jan/24): Olho nos indicadores de demanda

Bottom line: O setor de serviços surpreendeu positivamente em janeiro, confirmando uma rodada de dados em alta frequência que sugere demanda mais forte no início de 2024. Se mantido esse comportamento, pode haver efeito positivo no PIB anual, mas certamente aumentarão os desafios da convergência inflacionária

Dando sequência às surpresas positivas nos indicadores de alta frequência mais ligados à absorção doméstica, a pesquisa mensal de serviços registrou expansão marginal de +0,7% em janeiro, resultado consistente com uma expansão interanual de +4,5%. Os resultados foram sensivelmente melhores do que o esperado pelo mercado (respectivamente -0,4% e +1,8%), mantendo o crescimento acumulado em 12 meses em +2,4% (tabela 1). A abertura do indicador sugere um ponto de cautela nos serviços prestados às famílias, com contração marginal relevante, ainda que os outros segmentos tenham expandido na margem.

No agregado, o setor de serviços consolida uma nova trajetória ascendente, depois de aparente desaceleração durante o 3º trimestre do ano passado (gráfico 1). Mas ainda, o desempenho de janeiro reforça notícias mais positivas nos indicadores ligados à absorção interna, notadamente vendas no varejo e serviços (gráfico 2), dando início a uma nova rodada de discussões sobre a velocidade de crescimento do PIB em 2024. Ainda é muito cedo para quaisquer mudanças no cenário, mas o tom que emerge é de uma demanda mais forte – o que pode ser bom para o crescimento da economia, mas, por outro lado, aumenta os desafios da convergência inflacionária.

Tabela 1: Principais resultados da PMS

Gráfico 1: PMS (dez/19=100, ajustado sazonalmente)

Gráfico 2: Indicadores de atividade em alta frequência (dez/22=100, série ajustada sazonalmente)