Bottom line: A pesquisa mensal de serviços expandiu +0,4% em março, acima do esperado pelo mercado. A bateria de dados de março sugere uma retomada do crescimento no 1º trimestre do ano, mas as questões se colocam, de fato, a partir de maio, com os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
O setor de serviços expandiu +0,4% em março, resultado consistente com uma contração interanual de -2,3%. O resultado foi um pouco melhor do que o esperado pelo mercado (+0,2% e -2,5%, respectivamente), mas, ainda assim, reduziu o crescimento acumulado nos últimos 12 meses para +1,4%.
Nas suas aberturas, a pesquisa mensal de serviços mostrou mais robustez no mês, depois de desempenho frágil em fevereiro (tabela 1). Destaque, em específico, para os serviços prestados às famílias, com mais um mês de crescimento sequencial. A despeito do resultado positivo no mês, o tom geral segue bastante moderado; no nível, ajustado sazonalmente, a pesquisa mensal de serviços não vai a lugar nenhum desde o início de 2023 (gráfico 1), sugerindo alguma estagnação neste segmento.
Em conclusão, a bateria de dados do 1º trimestre de 2024 sugere retomada da atividade frente ao observado no final do ano passado, particularmente marcante nas vendas no varejo (gráfico 2). O aparente descasamento entre os indicadores mais ligados à oferta (indústria e serviços) e os ligados à demanda (vendas no varejo, restrito e ampliado) é um tema a ser observado adiante, sendo mais um fator a, potencialmente, complicar a vida da autoridade monetária. A bateria de dados de março manteve a nossa projeção de crescimento interanual do PIB no 1º trimestre em +2,3%; as questões relevantes se colocarão a partir de maio, com os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul e seus impactos sobre a economia em 2024.
Tabela 1: Principais resultados da PMS
Gráfico 1: PMS (dez/19=100, ajustado sazonalmente)
Gráfico 2: Indicadores de atividade em alta frequência (dez/22=100, série ajustada sazonalmente)