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Produção industrial (jun/24): Maré alta

Bottom line: A produção industrial avançou +4,1% em junho, muito acima do esperado. Vão se avolumando indicadores que sugerem revisões positivas para o PIB no curto prazo, com impactos para o crescimento em 2024.

A produção industrial avançou +4,1% em junho, na série com ajuste sazonal, resultado consistente com uma expansão interanual de +3,2%. Os resultados foram sensivelmente melhores do que o esperado pelo mercado (respectivamente +2,7% e +1,6%), ampliando a surpresa já observada em maio (com dados revistos, agora, marginalmente para pior). No acumulado em 12 meses, a indústria avança +1,5%.

Em junho, a força da indústria foi disseminada (tabela 1), com expansões marginais importantes na extrativa e, principalmente, na transformação. Destaque, em específico, para a forte expansão da produção de bens de consumo, “correndo atrás” do crescimento da demanda na economia que temos observado nos últimos trimestres. Em perspectiva mais longa, começam a aparecer sinais de retomada da atividade industrial (gráfico 1), que se aproxima do pico (em nível, ajustado sazonalmente) observado no pós-pandemia. Se concentrarmos a análise no pós-2021, já é possível dizer que a indústria cresce, ainda que moderadamente.

Em conclusão, a produção industrial sugere uma largada forte para a bateria de dados reais de junho, reforçando o viés de alta para a atividade no curto prazo. O choque ocorrido no Rio Grande do Sul já pode ser dito como “águas passadas”, e vão se avolumando indicadores que sugerem uma revisão positiva para o PIB de curto prazo, com impactos na projeção anual.

Tabela 1: Principais aberturas da produção industrial (MsM, AsA e acumulado em 12 meses)

Gráfico 1: Produção industrial (dez/2019=100, SA)