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Vendas no varejo (abr/21)

08/06/2021

As vendas no varejo surpreenderam positivamente em abril, tanto na métrica restrita como na ampliada, sugerindo um forte desempenho do consumo no início do segundo trimestre. O varejo restrito avançou +1,8% no mês, consistente com uma expansão anual de +23,7%. Ambos os resultados foram muito superiores à mediana das expectativas de mercado, levando o acumulado em 12 meses a uma expansão de +3,6%. O varejo ampliado (que inclui material de construção e veículos, partes e peças) também surpreendeu positivamente, com expansão de +3,8% mensal e +41,0% anual, levando a um crescimento de +3,5% no acumulado em 12 meses. Os detalhes da divulgação mostraram crescimento generalizado das vendas na margem, com exceção de hipermercados e supermercados. Os resultados de abril confirmaram a pouca “elasticidade-sanitária” do varejo nesta segunda onda da Covid; alinham-se os vetores para uma nova revisão positiva do crescimento no segundo trimestre do ano.

As vendas no varejo surpreenderam positivamente em abril, tanto na métrica restrita como na ampliada, sugerindo um forte desempenho do consumo no início do 2o trimestre. O varejo restrito avançou +1,8% no mês, consistente com uma expansão anual de +23,7%. Ambos os resultados foram muito superiores à mediana das expectativas de mercado (respectivamente -0,3% e +18,4%), ressaltando que houve revisão negativa dos resultados de março (-1,1% mensal e +2,2% anual, frente a números anteriores de, respectivamente, -0,6% mensal e +2,4% anual). O forte resultado anual é consequência direta do efeito base gerado pela eclosão da Covid em 2020; no acumulado em 12 meses, a expansão acumulada do varejo restrito acelerou para +3,6% (tabela 1). Na métrica mensal, todas as categorias registraram expansão, à exceção de “hipermercados e supermercados” (-1,7% mensal e -1,8% anual). Os principais destaques positivos ocorreram em “móveis e eletrodomésticos” (+24,8%), vestuário (+13,8%) e “equipamentos para escritório, informática e comunicação” (+10,2%).

O varejo ampliado (que inclui material de construção e veículos, partes e peças) também surpreendeu positivamente, com expansão de +3,8% mensal e +41,0% anual. Ambos os resultados foram mais fortes do que a mediana de mercado (respectivamente +2,1% e +37,0%), levando o crescimento acumulado em 12 meses a +3,5%. Na métrica mensal, observamos importante expansão na margem tanto em veículos (+20,3% mensal e +131,8% anual) como em material de construção (+10,4% mensal e +44,4% anual). Em todos os casos, as fortes taxas de expansão interanual estão ligadas à base favorável gerada pela eclosão da Covid no ano passado (tabela 1).
Depois da surpresa positiva de março, os resultados de abril confirmaram a pouca “elasticidade-sanitária” do varejo nesta 2a onda da Covid, fortalecendo a visão de demanda mais forte na largada do 2o trimestre. Alinham-se os vetores para uma nova revisão positiva do crescimento, agora no segundo trimestre do ano, o que deverá levar nossa projeção de crescimento em 2021 das cercanias de 4,5% para as cercanias de 5,0%.
Tabela 1: Pesquisa mensal do comércio (PMC)
Pesquisa Mensal de Comércio
abr-21mar-21
MsMAsAac. 12mMsMAsAac. 12m 
Varejo restrito1,8%23,7%3,6%-1,1%2,2%0,7%
Combustíveis e lubrificantes3,4%19,9%-7,4%-5,4%-1,4%-10,5%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo-1,7%-1,8%2,6%3,3%-3,9%3,2%
Tecidos, vestuário e calçados13,8%300,7%-15,0%-16,1%-14,7%-24,0%
Móveis e eletrodomésticos24,8%71,3%16,4%-21,3%11,8%10,0%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos0,9%34,0%12,1%-0,4%11,8%8,9%
Livros, jornais, revistas e papelaria3,8%96,0%-36,4%-4,7%-19,6%-41,8%
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação10,2%47,4%-9,3%-9,9%-0,5%-14,9%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico6,7%104,4%13,7%-5,8%30,1%5,4%
Varejo ampliado3,8%40,9%3,5%-5,0%9,8%-1,1%
Veículos, motocicletas, partes e peças20,3%131,8%-3,7%-19,8%27,0%-12,8%
Material de construção10,4%44,4%21,1%-10,2%33,4%16,1%
Fonte: IBGE
Elaboração: BRCG